quinta-feira, 16 de abril de 2009

Fortalecer o Casamento

 

Hoje estava estudando esse discurso, nossa! Quantas coisas importantes o Elder Nelson nos ensina como fortalecer o nosso matrimonio… li com o Max, seguiremos aplicando esses principios…

 

Élder Russell M. Nelson

Élder Russell M. Nelson
Do Quórum dos Doze Apóstolos

Os casamentos seriam mais felizes se nutridos com mais cuidado.

Queridos irmãos e irmãs, obrigado pelo amor que têm ao Senhor e Seu evangelho. Onde quer que vocês morem, sua vida em retidão dá bons exemplos nestes dias de moral decadente e casamentos desfeitos.

Quando nós, as Autoridades Gerais, viajamos pelo mundo, às vezes presenciamos cenas angustiantes. Num desses últimos vôos, sentei-me atrás de um casal. Era óbvio que ela amava o marido. Quando ela acariciou o pescoço dele, vi sua aliança. Ela se acomodou bem juntinho a ele e descansou a cabeça em seu ombro, procurando seu aconchego.

Em contrapartida, ele parecia totalmente alheio à sua presença. Estava concentrado em um jogo eletrônico. Durante o vôo inteiro, sua atenção ficou voltada para aquele mini-game. Em nenhum momento ele olhou para ela, falou com ela ou deu-se conta de sua necessidade de carinho.

Sua desatenção deu-me vontade de gritar: “Abra os olhos, homem! Não está vendo? Preste atenção! Sua mulher o ama! Ela precisa de você!”

Não sei mais nada sobre eles. Não os vi mais. Pode ser que eu tenha me alarmado à toa. É bem possível que, se esse homem soubesse da minha preocupação por eles, talvez lamentasse o fato de eu não saber usar aquele joguinho tão empolgante.

Mas isto é o que eu sei: “O casamento entre homem e mulher foi ordenado por Deus e (...) a família é essencial ao plano do Criador para o destino eterno de Seus filhos”.1 Sei que a Terra foi criada e a Igreja do Senhor restaurada para que as famílias pudessem ser seladas e exaltadas como entidades eternas.2 Eu sei que um dos métodos astutos de Satanás minar a obra do Senhor é atacar a sagrada instituição do casamento e da família.

O casamento traz chances maiores de felicidade do que qualquer outro relacionamento humano. Contudo, alguns casais não alcançam seu pleno potencial. Eles deixam que seu romance se deteriore, acham que não precisam valorizar um ao outro, permitem que outros interesses ou nuvens de negligência obscureçam a visão do que seu casamento pode realmente vir a ser. Os casamentos seriam mais felizes se nutridos com mais cuidado.

Sei que muitas pessoas maduras na Igreja não são casadas. Não por culpa própria, elas lidam sozinhas com as provações da vida. Lembremos que no devido tempo do Senhor e à Sua maneira, nenhuma bênção será negada a Seus santos fiéis.3 Para aqueles que estão casados hoje ou irão se casar, quero sugerir dois passos que vocês podem dar para ter um casamento mais feliz.

I. Alicerce Doutrinário

O primeiro é compreender o alicerce doutrinário do casamento. O Senhor declarou que o casamento é a união legal entre um homem e uma mulher: “O casamento foi instituído por Deus para o homem.

Portanto é legítimo que ele tenha uma esposa e os dois serão uma só carne; e tudo isto para que a Terra cumpra o fim de sua criação”.4

A tendência do mundo em definir o casamento de alguma outra forma servirá infelizmente para destruir a instituição do matrimônio. Esses esquemas são contrários ao plano de Deus.

Foi Ele quem disse: “Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne”.5

A escritura também afirma que “nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no Senhor”.6

O casamento é a instituição que forma a ordem social, a fonte da virtude e o alicerce da exaltação eterna. O casamento foi divinamente ordenado como um novo e eterno convênio.7 Ele é santificado quando é cultivado e honrado em santidade. Essa união não é meramente entre marido e mulher; ela inclui uma sociedade com Deus.8 O marido e a mulher “têm a solene responsabilidade de amar-se mutuamente”.9 Os filhos nascidos dessa união são “herança do Senhor”.10 O casamento é o broto da vida familiar. A maternidade e a paternidade são suas flores. E esse buquê se torna ainda mais bonito quando é agraciado com netos. As famílias podem ser eternas como o próprio reino de Deus.11

O casamento é tanto um mandamento como um princípio de exaltação do evangelho.12 Por ser ordenado por Deus, as íntimas demonstrações físicas de amor entre duas pessoas casadas são sagradas. No entanto, é muito comum que esses dons divinos sejam desonrados. Se um casal permite que a linguagem vulgar ou a pornografia corrompam sua intimidade, eles ofendem Seu Criador, ao mesmo tempo em que degradam e diminuem seus próprios dons divinos. A verdadeira felicidade origina- se na pureza pessoal.13 A escritura ordena: “Sede limpos”.14 O casamento deve ser um convênio que sempre conduza maridos e esposas à exaltação na glória celestial.

O casamento foi instituído pelo Senhor para perdurar além da morte física. Seu plano oferece a perpetuação eterna da família no reino de Deus. Seu plano fornece templos e oportunidades de oficiar ordenanças para os vivos e os mortos. Um casamento feito nesse local coloca marido e mulher naquela grande ordem e unidade tão necessárias para a perfeição da obra de Deus.15

As doutrinas relacionadas ao casamento incluem o arbítrio e a responsabilidade individuais. Todos nós somos responsáveis por nossas escolhas. Os casais que têm filhos são responsáveis perante Deus pelo cuidado que dispensam a eles.

Quando me reúno com líderes do sacerdócio, muitas vezes pergunto quais são suas prioridades entre seus vários afazeres. Em geral, mencionam os deveres importantes para os quais foram chamados. Poucos se lembram de suas responsabilidades no lar. No entanto, os ofícios, chaves, chamados e quóruns do sacerdócio têm o objetivo de exaltar as famílias16. A autoridade do sacerdócio foi restaurada para que as famílias sejam seladas para a eternidade. Portanto, irmãos, a sua obrigação mais importante no sacerdócio é fortalecer seu casamento — cuidar, respeitar, honrar e amar sua esposa. Sejam uma bênção para ela e para seus filhos.

II. Fortalecer o Casamento

Com esses fundamentos doutrinários em mente, vejamos o segundo passo: atos específicos que fortalecem o casamento. Vou dar algumas sugestões e convido cada casal a refletir sobre elas em particular e a adaptá-las conforme necessário às suas próprias circunstâncias.

Minhas sugestões usam três verbos de ação: valorizar, comunicar-se e contemplar.

Valorizar — dizer “eu te amo” e “obrigado” — não é difícil. Mas essas expressões de amor e apreço fazem mais do que reconhecer um bom pensamento ou ação. Elas são sinais de terna cortesia. Quando companheiros que são gratos procuram coisas boas um no outro e trocam elogios, maridos e esposas tentarão tornar-se a pessoa descrita nesses elogios.

Sugestão número dois — comunicar-se bem com seu cônjuge — também é importante. A boa comunicação inclui arranjar tempo para fazer planos juntos. Os casais precisam de algum tempo sozinhos para observar, conversar e realmente ouvir um ao outro. Precisam cooperar, ajudando-se mutuamente como parceiros iguais. Precisam nutrir sua intimidade espiritual tanto quanto a intimidade física. Eles devem procurar edificar e motivar um ao outro. A união matrimonial é preservada quando as metas são compreendidas por ambos os cônjuges. A boa comunicação também melhora por meio da oração. Orar dizendo algo específico que o cônjuge tenha feito de bom (ou de que precise) fortalece o casamento.

Minha terceira sugestão é contemplar. Essa palavra tem um significado profundo. Vem de raízes latinas: con-, que significa “com” e –templum, que significa “um espaço ou lugar para meditar”. É a raiz de onde vem a palavra templo. Se os casais contemplarem com freqüência — juntos no templo — os convênios sagrados serão lembrados e cumpridos mais facilmente. A participação assídua no templo e o estudo regular das escrituras com os familiares nutre o casamento e fortalece a fé na família. A contemplação permite que um deseje estar em sintonia com o outro e com o Senhor. A contemplação nutrirá tanto o casamento quanto o reino de Deus. O Mestre disse: “Não busqueis as coisas deste mundo, mas buscai primeiro edificar o reino de Deus e estabelecer sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas”.17

Convido todos os cônjuges a refletirem sobre essas sugestões e depois a estabelecerem metas específicas para nutrir seu próprio relacionamento. Comecem com um desejo sincero. Identifiquem as ações necessárias para abençoar sua união e propósito espirituais. Acima de tudo, não sejam egoístas! Criem um espírito de altruísmo e generosidade. Comemorem cada dia juntos como uma dádiva preciosa dos céus.

O Presidente Harold B. Lee disse: “O maior trabalho do Senhor que vocês, irmãos, farão como pais será realizado dentro de seu próprio lar”.18 E o Presidente David O. McKay declarou: “Nenhum sucesso compensa o fracasso no lar”.19

Quando vocês como marido e mulher reconhecerem seu papel divino em sua união — quando sentirem profundamente que Deus os uniu — sua visão será ampliada e terão uma compreensão melhor das coisas. Esses sentimentos estão expressos na letra de uma música que há muito tempo é uma de minhas favoritas:

Porque você vem a mim,
Sem nada, exceto amor,
E leva-me pela mão e faz-me olhar mais alto,
Vejo um mundo mais amplo de esperança e alegria,
Porque você vem a mim.

Porque você fala comigo com doce voz,
Vejo as rosas despertarem aos meus pés,
E sou levado em meio a lágrimas de alegria até você,
Porque você fala comigo.

Porque Deus fez com que você fosse minha,
Eu te amarei
Na luz e na escuridão, por todas as épocas que virão,
E oro para que Seu amor faça nosso amor divino,
Porque Deus fez com que você fosse minha.20

Que cada casamento seja fortalecido, é minha oração, em nome de Jesus Cristo. Amém.

Notas

1. “A Família: Proclamação ao Mundo”, A Liahona, outubro de 2004, p. 49, parágrafo 1.

2. Toda vez que as escrituras advertem que “a Terra seria completamente destruída”, o aviso está relacionado à necessidade da autoridade do sacerdócio para selar as famílias nos templos sagrados (ver D&C 2:3; 138:48: Joseph Smith — História 1:39).

3. Ver Joseph Fielding Smith, Doutrinas de Salvação, comp. Bruce R. McConkie, 3 vols. (1954–1956), volume 2, p. 76.

4. D&C 49:15–16.

5. Mateus 19:5; ver também Marcos 10:7–8.

6. I Coríntios 11:11.

7. Ver D&C 132:19.

8. Ver Mateus 19:6.

9. “A Família: Proclamação ao Mundo”, parágrafo 6.

10. Salmos 127:3.

11. Ver D&C 132:19–20.

12. Ver Joseph Fielding Smith, O Caminho da Perfeição, 10ª edição (1953), pp. 232–233.

13. Ver Alma 41:10.

14. D&C 38:42; ver também Isaías 52:11; 3 Néfi 20:41; D&C 133:5.

15. Ver D&C 128:15–18.

16. Ver D&C 23:3.

17. Tradução de Joseph Smith, Mateus 6:38 (ver Mateus 6:33, nota de rodapé a).

18. Stand Ye in Holy Places (1974), p. 255.

19. Citação de J. E. McCulloch, Home: The Savior of Civilization (1924), p. 42; Conference Report, abril de 1935, p. 116.

20. “Because”, letra de Edward Teschemacher (1902).

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