sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Faça sua parte

Faça a sua parte
Um homem morava numa cidade grande e trabalhava numa fábrica.






Todos os dias ele pegava o ônibus das 6h e 15min e viajava 50 minutos até o trabalho.






À tardinha, fazia a mesma coisa, voltando para casa.






No ponto seguinte ao que o homem subia,






entrava uma velhinha, que procurava sempre sentar na janela.






Abria a bolsa, tirava um pacotinho e passagem a viagem






toda jogando alguma coisa para fora do ônibus.






Um dia, o homem reparou na cena. Ficou curioso.






No dia seguinte, a mesma coisa.






Certa vez, o homem sentou-se ao lado da velhinha e não resistiu:






- Bom dia, desculpe a curiosidade, mas o que a senhora está jogando pela janela?






- Sementes?






Sementes de quê?






- De flores. É que eu viajo nesse ônibus todos os dias.






Olho para fora e a estrada é tão vazia.






E gostaria de poder viajar vendo flores coloridas por todo o caminho...






Imagine como seria bom!






- Mas a senhora não vê que as sementes caem no asfalto,






são esmagadas pelos pneus dos carros, devoradas pelos passarinhos?






A senhora acha que essas flores vão nascer aí, na beira da estrada?






- Acho, meu filho. Mesmo que muitas sejam perdidas,






algumas sementes certamente acabam caindo na terra e com certeza com o tempo vão brotar.






- Mesmo assim, demoram pra crescer e precisam de água...






- Ah, eu faço a minha parte.






Sempre há dias de chuva, e além disso, apesar da demora eu faço a minha parte.






Se eu não jogar as sementes, as flores nunca vão nascer.






Dizendo isso, a velhinha virou-se para a janela e recomeçou seu 'trabalho'.






O homem desceu logo adiante, achando que a velhinha já estava meio caduca.






O tempo passou.






Um dia, no mesmo ônibus, sentado à janela, o homem levou um susto...






Olhou para fora e viu margaridas, hortênsias azuis, rosas, cravos e dálias à beira da estrada.






A paisagem estava colorida, perfumada, linda!






O homem lembrou-se da velhinha, procurou-a no ônibus e...nada!






Acabou perguntando para o cobrador, que conhecia todo mundo.






- A velhinha das sementes?






Pois é, morreu de pneumonia no mês passado.






O homem voltou para o seu lugar e continuou olhando a paisagem florida pela janela e sentiu uma lágrima correr pelo rosto, e um sorriso desabrochar em sua face...






"Quem diria! As flores brotaram mesmo."






Mas pensando bem, o que adiantou o trabalho da velhinha,






a coitada morreu e não pôde ver esta beleza toda que ela fora a responsável.






"Nesse instante, o homem ouviu atrás de si uma gostosa risada de criança...






No banco de trás, uma garotinha apontava pela janela entusiasmada:






- Olha mamãe, que lindo, quanta flor na estrada!






Como se chamam aquelas azuis? E as brancas?






Então o homem entendeu o que a velhinha tinha feito.






Mesmo não estando ali para contemplar as flores que tinha plantado, a velhinha devia estar feliz. Afinal, ela tinha dado um presente maravilhoso para as pessoas.






No dia seguinte, o homem entrou no ônibus, sentou-se a uma janela, e com um sorriso maroto nos lábios, tirou um pacotinho do bolso e..."












Um comentário:

Simone disse...

oiê!!! vim te visitar!!! bjs